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Busto de Maria Conga é alvo de novo ataque de vandalismo em Magé

Placa recém-instalada e intervenção artística são destruídas, gerando indignação e reflexões sobre racismo estrutural

Por: Redação da Folha
04/01/2025 às 13h45 Atualizada em 11/01/2025 às 02h18
Busto de Maria Conga é alvo de novo ataque de vandalismo em Magé
Foto: Virgílio Medeiros

O busto de Maria Conga, símbolo histórico da resistência negra no Brasil, foi novamente alvo de vandalismo no Píer de Piedade, em Magé. Este é o terceiro ataque registrado contra o monumento. Desta vez, a placa recentemente instalada foi arrancada e destruída, assim como uma intervenção artística assinada pelo renomado artista plástico Paulo Garrô, que havia sido incorporada ao monumento em 2024.

Os atos de destruição despertaram indignação entre autoridades e moradores locais, que veem na sequência de ataques um reflexo do racismo estrutural e do desrespeito ao patrimônio histórico-cultural. A vice-prefeita de Magé, Jamille Cozzolino, reforçou a necessidade de combater esses atos:

"Não podemos permitir que o racismo e o desrespeito à nossa história prevaleçam. Maria Conga é um símbolo de resistência, e sua memória deve ser honrada. Vamos continuar lutando por uma sociedade mais justa e inclusiva."

Bruno Lourenço, secretário de Cultura, Turismo e Eventos, também condenou os ataques, destacando seu impacto simbólico:
"Esses ataques não apenas vandalizam o patrimônio físico, mas também ferem a identidade e a história da nossa cidade. Estamos trabalhando para proteger nossos símbolos culturais e históricos, e a instalação de câmeras no local será uma medida essencial para evitar novos incidentes."

O caso foi registrado como Dano ao Patrimônio Público na 65ª DP em Magé, e a Prefeitura já anunciou medidas para reforçar a segurança no local.

O busto, instalado originalmente em 2021 e restaurado no encerramento do mês da Consciência Negra em 2024, é uma obra da artista Cristina Febrone. A recente intervenção de Paulo Garrô trouxe um novo destaque ao monumento, incorporando elementos que dialogam com a riqueza cultural e a resistência representadas por Maria Conga.

A comunidade mageense segue unida em torno da preservação da memória de Maria Conga, reafirmando seu compromisso com a luta por respeito e inclusão. A história da líder quilombola e sua importância para a cidade permanecem como um marco de resistência e inspiração para as futuras gerações

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