No dia 30 de abril, a Baixada Fluminense comemora um de seus marcos históricos mais significativos: a inauguração da primeira ferrovia do Brasil, a Estrada de Ferro Rio–Petrópolis, em 1854. O trajeto, que conectava o Porto de Mauá, no centro do Rio de Janeiro, à região de Piabetá, no atual município de Magé, impulsionou o desenvolvimento econômico e social da região durante o Brasil imperial. Décadas depois, a data foi consagrada como o Dia da Baixada Fluminense — uma homenagem à força e à identidade de um território que se reinventou ao longo da história.
A influência dos trilhos vai muito além do transporte: moldou paisagens, deu nome a lugares e conectou destinos. Parte do território era conhecida como Maxambomba — uma corruptela da expressão inglesa machine pump, utilizada para descrever locomotivas a vapor. O nome sobreviveu no imaginário local e simboliza o elo entre tradição e modernidade.
Hoje, a Baixada é formada por 13 municípios — entre eles, Duque de Caxias, Nova Iguaçu, Magé e Itaguaí — e abriga cerca de 4 milhões de pessoas. Muito mais que números, a região é um celeiro de cultura popular, resistência comunitária e inovação social. Artistas, líderes comunitários e educadores fazem da Baixada um território de expressão e transformação constante.
Exemplo disso é o projeto Cultura na Faixa, desenvolvido pelo coletivo Se Essa Rua Fosse Minha (SER), em parceria com a Transpetro. Com início na comunidade do Weda, em Itaguaí, a iniciativa promove oficinas culturais e esportivas, como circo social, trança afro, futebol e música, resgatando tradições como a folia de reis. O objetivo é fortalecer vínculos comunitários, valorizar a ancestralidade e ampliar oportunidades para crianças e jovens.
Com planos de expansão para outras cidades da Baixada, como Nova Iguaçu e Duque de Caxias, o projeto reforça o papel dessas localidades na construção de um futuro mais justo e integrado. Duque de Caxias, em especial, tem se destacado por apoiar iniciativas de valorização cultural e inclusão social, reafirmando seu protagonismo dentro da região metropolitana do Rio.
A Baixada Fluminense, que nasceu sobre trilhos de ferro e cresceu com a força do povo, segue em movimento — celebrando suas raízes e abrindo caminhos para novas gerações.