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Curta “Memória: História é Filme, Não é Foto” estreia com emoção e resistência em Nilópolis
Misturando documentário, ficção e clipe musical, obra emociona plateia e propõe novo olhar sobre a história brasileira a partir da Baixada Fluminense
22/05/2025 13h55 Atualizada há 3 dias
Por: Redação da Folha

A noite de 15 de maio foi marcada por uma intensa mistura de sentimentos no auditório do IFRJ de Nilópolis. A estreia do curta-metragem “Memória: História é Filme, Não é Foto” reuniu artistas, público e equipe técnica em uma celebração da arte produzida na Baixada Fluminense. Com 17 minutos de duração, a obra mistura documentário, ficção e clipe musical, e foi inspirada na música homônima de NATÖ, artista de Duque de Caxias.

A exibição foi seguida por um making of documental que revelou os bastidores e o processo criativo do filme. Cerca de 70 pessoas aplaudiram de pé a produção, que ainda foi debatida em uma roda de conversa com o diretor, atores e parte da equipe. O curta segue em exibição por outras cidades da região, como São João de Meriti, Belford Roxo, Magé e Seropédica, com encerramento marcado para o dia 22, às 16h, na Biblioteca Municipal de Japeri.

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“Esse filme não é meu. Ele é de todos. Ele é da Baixada. Ele é de quem se identifica com ele e quer fazer parte desse movimento”, destacou o diretor Emanuel Sant, reforçando o caráter coletivo do projeto. A produção foi contemplada pela Lei Paulo Gustavo, por meio da Secretaria de Estado de Cultura e Economia Criativa, e homenageia o ativista cultural Fábio Mateus, fundador do EncontrArte Audiovisual.

O filme traz no elenco Paulo D’Souza, Rita Niza, Fernando Lúcio e Miguel Queiroz, e propõe uma nova forma de enxergar a história do Brasil — não como uma fotografia estática, mas como um filme em constante transformação. Para Emanuel, o projeto representa não apenas a realização de um sonho pessoal, mas também de muitos que vieram antes e não puderam sonhar: “Hoje a gente faz por eles.”

A noite também contou com uma exposição artística na entrada do auditório. Os artistas Bernardo Lobo (Duque de Caxias), Pietra Canle (Nova Iguaçu) e Nick Paz (São João de Meriti) exibiram obras que retratam o cotidiano da periferia e a resistência por meio da arte. Um letreiro de três metros com o nome do filme, presente também na abertura do curta, serviu de cenário para registros fotográficos do público.

“Memória” é mais que um filme. É um grito coletivo de identidade, resistência e futuro vindo da Baixada Fluminense.