Subiu às sete. Desceu às nove. Nas duas horas intermináveis, decifrou um mistério, que acompanhei de perto. A mancha no colarinho do motorista não era café, nem molho, nem ferrugem. Era sangue. O mesmo sangue na mão da passageira que não parava de olhar para os lados. Sua mão esquerda escondia a direita no balaústre. O motorista coçava o pescoço e olhava para a mão dela. Quando estavam quase impunes, viu-se a fortuita subida de um policial e ouviu-se um grito: “Sangue!”. A mulher reagiu por instinto, pondo as mãos ao alto e deflagrando a prova do delito. O motorista freou bruscamente, pulou pela janela e foi atropelado. O policial prendeu a amante do motorista e perguntou quem dera o grito. Era o detetive Félix Zaidan.