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Ex-acolhida, Heloísa vira mãe social no Serviço Família Acolhedora

Professora e marido oferecem lar temporário a menino de 4 anos e inspiram outras famílias a participar do projeto

Por: Redação da Folha
04/06/2025 às 08h05 Atualizada em 04/06/2025 às 08h23
Ex-acolhida, Heloísa vira mãe social no Serviço Família Acolhedora
Foto: Renato Fonseca/PMNI

Eu vivi em um abrigo e conheço essa realidade. É totalmente diferente de crescer em um lar de verdade.” A fala é de Heloísa Andrade, de 26 anos, moradora do bairro Ipiranga, em Nova Iguaçu, que hoje transforma sua história pessoal em acolhimento para outras crianças. Ela e o marido, Paulo César Alves, integram o Serviço Família Acolhedora (SFA), da Secretaria Municipal de Assistência Social.

Criado em 2018, o serviço é uma alternativa ao acolhimento institucional. Meninas e meninos afastados judicialmente de seus lares podem ser acolhidos temporariamente por famílias, vivendo em um ambiente familiar enquanto aguardam decisão da Justiça.

Heloísa sabe bem o que isso significa. Ela passou duas vezes por instituições de acolhimento — a primeira com poucos meses de vida e a segunda, aos 8 anos, quando a mãe, sem ter com quem deixar os filhos, recorreu a um abrigo para poder manter o emprego.

“Morreríamos de fome se minha mãe tivesse que sair do trabalho”, lembra.

Ao conhecer o serviço pelas redes sociais da Prefeitura, Heloísa decidiu participar.

“Falei com meu marido e concordamos que poderíamos proporcionar a uma criança o que eu não tive: um lar com afeto”, contou ela, que é professora da rede municipal.

Paulo César, operador e também de 26 anos, compartilha da motivação. Ele perdeu a mãe ainda pequeno e foi criado pela irmã.

“Sabemos que não podemos mudar o mundo, mas podemos mudar a vida de uma criança”, afirma.

Hoje, o casal vive o primeiro acolhimento: há três meses, cuidam de um menino de 4 anos.
Desenhos, pinturas e brincadeiras fazem parte da nova rotina. “A recompensa é emocional. A cada sorriso, a gente sente que está fazendo a coisa certa”, diz Paulo.

Como participar do Família Acolhedora

Atualmente, 48 crianças estão em abrigos na cidade e apenas 8 vivem em lares acolhedores. O município busca ampliar o número de famílias cadastradas.

Para participar, é necessário:

  • Residir há pelo menos dois anos em Nova Iguaçu

  • Ter moradia adequada

  • Aceitação de todos os membros da família

  • Entender que não se trata de adoção, mas de acolhimento temporário

As famílias passam por exames psicossociais e capacitação.

“A criança ganha o direito de viver em um ambiente familiar, com atenção individualizada e rotina saudável”, explica a coordenadora Viviane Cordeiro Marques.

Interessados podem procurar a sede do serviço na Rua Dr. Luiz Guimarães, nº 956, Centro, ou entrar em contato pelo WhatsApp (21 99575-1913) ou e-mail (familiaacolhedora.ni@gmail.com).

Um lar com amor pode transformar vidas.

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