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Itaguaí e São João de Meriti na mira da PF em nova fase da Operação Teatro Invisível

Investigação aponta fraude em licitações e uso de caixa dois nas eleições de 2024; grupo atuava em municípios da Baixada Fluminense e movimentou bilhões em esquema criminoso

Por: Redação da Folha
16/04/2025 às 13h48 Atualizada em 17/04/2025 às 17h21
Itaguaí e São João de Meriti na mira da PF em nova fase da Operação Teatro Invisível
Foto: Polícia Federal

Na manhã da última quarta-feira (15), a Polícia Federal deflagrou a Operação Teatro Invisível II, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa envolvida em obstrução da Justiça, lavagem de dinheiro, fraude em licitações e uso de recursos não declarados em campanhas eleitorais. Um dos alvos da operação é o município de São João de Meriti e Itaguaí, na Baixada Fluminense, onde o grupo é suspeito de fraudar procedimentos licitatórios para beneficiar empresas ligadas aos investigados.

Ao todo, foram cumpridos 10 mandados de busca e apreensão em cidades do Rio de Janeiro, incluindo Mangaratiba, Cabo Frio e a própria capital, além de Juiz de Fora, em Minas Gerais. A Justiça também determinou o bloqueio de cerca de R$ 3,5 bilhões em contas dos envolvidos e a suspensão das atividades de oito empresas utilizadas para movimentar recursos ilícitos.

Segundo a Polícia Federal, esta nova fase da operação é um desdobramento da primeira, deflagrada em setembro de 2024. A análise de materiais apreendidos anteriormente revelou que os integrantes da organização criminosa tentaram destruir provas que estavam armazenadas, principalmente, em dispositivos digitais.

A investigação também revelou que parte do dinheiro movimentado pelo grupo foi utilizado para financiar candidaturas nas eleições de 2024, sem a devida declaração à Justiça Eleitoral. As apurações indicam que empresas de fachada venceram licitações em processos marcados por ausência de concorrência real, levantando suspeitas sobre favorecimento político e desvio de recursos públicos.

O esquema, segundo os investigadores, envolvia o uso de contas de passagem, movimentação de grandes quantias em espécie e a aquisição de bens de alto valor como forma de lavar dinheiro de origem criminosa.

A Polícia Federal informou que a operação segue em andamento para identificar novos envolvidos e aprofundar a apuração dos fatos. Se condenados, os investigados poderão cumprir penas que somadas ultrapassam 27 anos de prisão.

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